domingo, 17 de maio de 2015

Desafios enfrentados por formadores e professores em relação aos Ambientes Virtuais existentes e emergentes: algumas reflexões!




Andréa César Pedrosa
Leideana Galvão Bacurau de Farias
Universidade Aberta de Portugal


A informática está a tornar-se um serviço basilar, na mesma linha em que o são a electricidade ou a água. Estar acessível seja onde e quando for, por via das tecnologias sem fios, é já uma premência dos nossos tempos.
(Moura, 2008, p.121).


Resumo
Este trabalho denota a importância do professor ou formador apropriar-se das ferramentas e serviços disponibilizadas na Web 2.0 e que muito podem colaborar para uma atuação profissional mais profícua e um aprendizado mais envolvente, participativo. Destaca que neste contexto atual todos são produtores, leitores, sujeitos e agentes do processo estando aptos a operarem a informação e o conhecimento, pondo-se em sintonia com as novas formas de informar e de se comunicar deste mundo global e em rede. Promove o estudo das ferramentas
Wiki, Blogger, Webquest, bem como da rede social e analisa a possibilidade de um Ambiente Virtual de Aprendizagem de uma dada escola técnica profissionalizante ofertante de ensino EaD utilizar-se destas ferramentas e serviço.
  
1. Introdução                       

O desenvolvimento deste trabalho intitulado Desafios enfrentados por formadores e professores em relação aos Ambientes Virtuais existentes e emergentes: algumas reflexões! consiste na elaboração de um relatório que apresenta as ferramentas Web 2.0 denominadas Wiki, Blogue, Webquest , bem como a rede social, selecionados entre os recursos disponíveis ou emergentes possíveis de serem utilizados pelos docentes ou formadores. Das ferramentas e serviço ora selecionados estão descritas as suas principais características, funcionalidades e limitações para o processo de ensino e aprendizagem. É ainda objeto deste relatório a indicação de um cenário de aprendizagem em que possa ser utilizada cada ferramenta ou serviço apresentado, procurando situar o leitor sobre os fundamentos das escolhas feitas.
Ao final, os resultados serão disponibilizados em fóruns e nos blogs pessoais das autoras de forma a propiciar aos docentes, a outros públicos interessados nesta temática e aos estudantes do programa de Mestrado em Pedagogia do e-Learning experiências que estimulem a utilização das ferramentas diversas disponíveis na Web e que podem potencializar os efeitos didáticos e pedagógicos, ampliando as possibilidades de sucesso na práxis educativa e no sucesso dos estudantes, por estarem consonantes com as vivências digitais das novas gerações. Para Martins (2008) a integração de várias ferramentas da Web 2.0 na prática letiva pretende fazer com que os estudantes se envolvam no processo de ensino e aprendizagem, buscando rentabilizar os recursos da Web e partilhar o conhecimento.
Frente ao desenvolvimento das novas tecnologias da informação e comunicação, é preciso avançar no reconhecimento e no uso pelo ambiente escolar, e principalmente pelos docentes, dos recursos, ferramentas e serviços que já fazem parte das diversas dimensões cotidianas da vida do estudante e dos demais atores do processo de ensino aprendizagem. Esta atitude afasta o estudo (e o estudante) de um contexto maçante ou desestimulante, conduzindo continuamente a um percurso de curiosidades, descobertas e inovações semelhantes a outras esferas de sua vida pessoal ou profissional, estabelecendo vínculos com o cotidiano. A abordagem de Carvalho (2007) reforça este entendimento ao afirmar que é preciso dedicar especial ênfase ao uso da Internet e seus serviços como meio para aprender, individual e colaborativamente, tanto pela pesquisa livre ou estruturada, como também como forma de apresentar e partilhar o trabalho realizado com os colegas e com todos que acessem online. Por sua vez, o Relatório Horizon (2010) também destaca que um número cada vez maior de instituições de ensino superior passam a desenvolver campus virtuais e produtos educacionais online incorporando ambientes de diálogos como fóruns e chats, nas quais observa-se mais frequente a adoção de tecnologias sociais, como os wikis e os blogues.

2. Wiki, uma ferramenta Web

Consiste em software que possibilita a edição colaborativa de documentos diversos, publicando e partilhando seus conteúdos na Web. Caracteriza-se principalmente, pela facilidade com que disponibiliza as funcionalidades de criação e alteração de páginas, o que leva os seus usuários a aterem-se ao conteúdo que querem produzir. Considerando que a ferramenta não apresenta dificuldades para seu manuseio, possibilita mais produtividade colaborativa e rica partilha de conteúdo entre estudantes, pesquisadores e demais usuários. Caracteriza-se também pela não hierarquização de suas páginas e por apresentarem etapas simples de manuseios. Para usar um Wiki é preciso apenas editar a página, modificá-la e gravá-la.
Criado em 1995, os Wikis vem se expandindo e pelas suas características vem atraindo professores ao seu uso. Existem hoje inúmeras aplicações, disponíveis em diversas linguagens de programação e adaptáveis às várias plataformas. Segundo Moura (2006), hoje é possível encontrar disponibilizados na Internet, sem nenhum custo ao usuário, diversos espaços Wikis.
Um Wiki é um Website para trabalho coletivo de um grupo de pessoas que se põem a produzir conteúdos. Sua estrutura se assemelha a um Blogue, diferenciando-se deste por adicionalmente permitir que qualquer visitante possa modificar, agregar ou suprimir o conteúdo da página, corrigindo dados e informações, tecendo comentários, complementando ideias, bem como atualizando artigos. Em muitos Wikis não há revisões antes de se acatar as modificações, muitos estão abertos ao público ou aos integrantes que têm acesso ao servidor Wiki. Além de ser uma ferramenta bastante vigiada por todos, se torna segura, pois há um dispositivo de salvaguarda dos arquivos, que permite manter o histórico das modificações, possibilitando retorno à versão anterior. Observa-se, portanto, que os Wikis proporcionam uma rica participação coletiva. Para Moura (2006), os Wikis estão ligados a atitudes de democratização, partilha e liberdade de expressão.
Com a ferramenta Wiki o professor pode envolver o aluno no processo de produção; o estudante aprende com os colegas, consulta o material produzido pelo grupo, o que contribui para maior satisfação e empenho do discente por saber que ao compartilhar outros irão utilizar e comentar o material por ele produzido, em cujo percurso o aluno também assume o papel na Web de produtor de conteúdo.

3. Blogue ou Blog
Contração do termo inglês web log, "diário da rede",  criado por Jorn Barger em 1997, é um site cujo proprietário, através de postagens frequentes, desenvolve temas relacionados à temática escolhida. O termo ‘blog’ surgiu de uma brincadeira de Peter Merholz, desmembrou a palavra weblog para formar a frase we blog ("nós blogamos") na barra lateral de seu blog Peterme.com, em abril ou maio de 1999 (Wikipedia).
A concepção de uma espaço píblico na web para divulgação de fatos, eventos ou situações da vida pessoa, evoluiu para a partilha de informações e conteúdos de cunho eclético, com contributos valorozos para setores corporativos, acadêmicos e sociais. A possiblidade de comentar dada aos leitores atende ao princípio básico da web 2.0: a interatividade.
Características: Simplicidade e facilidade para criação, pode hospedar textos, hiperlinks, vídeos, áudios, imagens. Pode ser pessoal ou coletivo e possibilita a divulgação gratuita de informações.
A principal funcionalidade do blog em ambientes virtuais de aprendizagem é deixar acessíveis os textos pertinentes ao conteúdo estudado ou abordado, permitindo a inserção de análises e comentários.
As Limitações técnicas apresentadas pelo Blogger, o serviço da Google mais usado para a edição e gerenciamento de blogues, estão disponíveis, na íntegra, em https://support.google.com/blogger/answer/42348?hl=pt-BR, do qual fizemos uma pequena síntese, na tabela abaixo:

QUADRO 1 - Limitações Técnicas do Blog (Serviço Google Blogger)

Número de blogs

Cem blogs por conta.
 Número de postagens
Não há limite para o número de postagens.
 Número de páginas
Não há limite para o número de postagens.

 Tamanho das postagens
Postagens individuais não têm um limite de tamanho específico, mas postagens muito grandes podem atingir o limite de tamanho da página.
 Tamanho das páginas
Páginas individuais estão limitadas a 1 MB de tamanho.

 Número de imagens
Até 1 GB de armazenamento total, compartilhado com o   Picasa Web. Atualizações para o Google+, as fotos serão armazenadas nas Fotos do Google+, que dispõe de 15 GB de espaço de armazenamento, compartilhado com o Gmail e o Google Drive.
Número de marcadores
Até dois mil marcadores exclusivos por blog e vinte por postagem.

Descrição do blog
Limitada a 500 caracteres, sem HTML. A adição de mais  caracteres ou HTML pode provocar uma reversão para uma configuração anterior.
Informações do perfil "Sobre mim"
Máximo de 1.200 caracteres.
Fonte: Autoras (adaptado do blogger)

4. WebQuest
Ferramenta virtual criada em 1995 pelo professor estadunidense Bernie Dodge, auxilia de forma sistematizada a pesquisa na web.
Características: A construção do conhecimento se dá de forma orientada, através do cumprimento das tarefas contidas nas seções básicas que a compõe: introdução, tarefa, processo, fonte de informação, avaliação, conclusão, e créditos.
Funcionalidades: orientar os alunos na busca de informações por meio  da indicação de fontes seguras e atualizadas da web, promove a apendizagem colaborativa.
Limitações: Pode levar ao engessamento do processo de pesquisa, caso o educador não flexibilize as alternativas, deixando o aluno livre para explorar outros recursos para realização da pesquisa.

5. Redes Sociais
Segundo Moran (2000), “a aquisição de informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos, de forma rápida e atraente”.
Nas redes sociais acadêmicas, os alunos aprendem através da partilha de informações, conferindo  ao aluno o sentimento de pertencimento a uma turma.
Características: Através da criação de uma conta, o usuário acessa com o seu login e senha um ambiente onde estabelece relações sociais de partilha e colaboração.
Funcionalidades: Fortalecer o pertencimento a um grupo, promover e facilitar a partilha de documentos e informações, otimizar e valorizar a comunicação.
Limitações: Dificuldade no controle de descumprimento das regras de conduta, desenvolver a cultura de uso de rede para fins acadêmicos.

6 Aplicação das ferramentas da web 2.0 em um cenário real de aprendizagem

O cenário real de aprendizagem apresentado a seguir  teve sua escolha  fundamentada por contemplar as ferramentas elencadas no presente relatório.
Trata-se do Ambiente Virtual de Aprendizagem, software proprietário, desenvolvido para atender ao Design Educacional de uma instituição de educação a distância, cujo foco é a formação profissional das classes C, D e E em todo território brasileiro.
A referida plataforma contempla em sua arquitetura, além dos elementos comuns a todo AVA (material didático, fórum, chat, avaliações),  uma rede social interna que possibilita a produção e partilha coletiva de saberes e conteúdos.
A plataforma dispõe de links para os blogs dos respectivos eixos temáticos, alimentados pelos professores dos componentes curriculares correlatos, disponibilizando para os alunos conteúdos e reflexões relevantes, cujos comentários são incentivados pela equipe de tutoria.
Cada componente curricular ofertado possui uma wiki vinculada, cuja orientação do professor norteia a produção e participação de todos.
Como ferramenta de apoio na relaização de pesquisas na web, o AVA em tela dispõe de uma WebQuest, que delimita o objetivo da pesquisa e indica caminhos para a realização da mesma.
A utilização desses recursos disponíveis na web 2.0 otimiza os resultados na construção das habilidades e competências necessárias para as futuras práticas profissionais.

7. Metodologia usada no estudo

Para o desenvolvimento desta tarefa acadêmica, realizou-se uma pesquisa bibliográfica à respeito das ferramentas Web. Foi utilizado referencial teórico obtido em fontes digitais, sempre observando a procedência da fonte e a pertinência da abordagem no contexto atual. Optou-se pela inclusão de uma demonstração em Prezi das principais características, funcionalidades e limites presentes nos temas objetos de estudo (Wikis, Webquest, Blogue, rede social), constando com anexo a este trabalho.
Link da apresentação no Prezi:

8. Resultados

Ao final deste trabalho constata-se o alcance dos objetivos propostos, pela obtenção de um aprofundamento de conhecimentos pelas autoras acerca das ferramentas selecionadas como foco deste estudo, quais sejam as ferramentas denominadas Wiki, Blogger, Webquest e rede social, selecionados entre tantos outros recursos que estão disponíveis na Web 2.0 e que podem ser acessados e mais largamente utilizados pelos educadores em sua prática pedagógica. Ao cabo desta tarefa acadêmica, compreendeu-se também as principais características, funcionalidades e limitações dos itens retro citados no tocante ao seu uso no processo de ensino e aprendizagem. E, por fim, foi possível analisar, de acordo com as leituras e práticas profissionais das autoras, a possibilidade de um dado ambiente virtual de aprendizagem conter ou integrar estas ferramentas tornando o processo de ensino aprendizagem mais dinâmico, colaborativo e produtivo. Conforme apontado no Relatório Horizon (2010), as tendências atuais demonstram relevante a utilização das novas ferramentas colaborativas e de partilha para os processos de ensino e aprendizagem, o trabalho em equipe e a investigação colaborativa e criativa.

9. Considerações finais

Os resultados deste estudo acrescentam às autoras competências para o adequado uso de ferramentas Web no desenvolvimento tanto do ensino como de aprendizagens diversas, contribuindo para uma melhor performace pessoal e profissional no contexto das novas tecnologias. Igualmente, espera-se com o compartilhamento desta experiência acadêmica que possível seja adicionar a outros estudantes e profissionais da educação conhecimentos em seu percurso de formação continuada colocando-os em contato com ferramentas que muito ampliam a capacidade de aprender e de ensinar.

Referências

Carvalho, A. (2007). Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos recursos e ferramentas online aos LMS. Sísifo - Revista de Ciências da Educação, n.º3, pp. 25-39.
Martins, H. (2008), Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores, pp. 57-82.
Moura, A. (2008). Manual de Ferramentas da Web 2.0 para Professores, pp.121.
Moran, J. M. 2000.Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Informática na Educação: Teoria & Prática. V. 3, n. 1.
Relatório Horizon: Edição Ibero Americana 2010. New Media Consortium e Universidade Aberta da Catalunia.

domingo, 3 de maio de 2015

PERSONAL LEARNING ENVIRONMENT – PLE: refletindo a minha experiência online



Atividade acadêmica da Unidade Curricular Processos Pedagógicos em e-Learning, do Mestrado em Pedagogia do e-Learning, Universidade Aberta de Portugal, coordenado pela Profa. Dra. Lina Morgado.




“Conclui-se que o PLE pode estimular o desenvolvimento de instrumentos de auto-orientação e dá preferência a estratégias de aprendizagem descentralizadas das instituições de educação.Ao mesmo tempo que promove competências como a autonomia e a organização individual dos aprendizes exige novas competências nos programas do ensino.”
(Rodrigues y Miranda, 2013, p. 23).


1. Introdução


O desenvolvimento desta temática, em sua primeira parte, nos colocou em contato com um conceito novo Personal Learning Environment, um recurso ainda pouco explorado pelos novos aprendentes da era digital nesta sociedade em rede, cujas estratégias são timidamente usadas no contexto educacional, onde tão pouco se fala sobre este conceito entre os profissionais da educação (RODRIGUES, 2013). A realização das bibliografias anotadas, sem dúvida, nos proporcionou o desenvolver o conhecimento sobre o tema, entendendo que o PLE trata-se de uma inovação pedagógica que organiza o nosso jeito de estudar, nos dando ciência sobre como ocorre este processo, não se tratando de uma estrutura formal; nele não há cobranças exames ou notas - é de você para você.
Todavia é nesta etapa atual, na qual nos é requerido elaborar a representação visual do próprio PLE e fazer uma reflexão sobre a nossa experiência online, que nos acomete uma verdadeira inquietude; ela certamente nos levará a aprendizagens significativas. As reflexões ora desenvolvidas nos tira da zona de conforto (se é que podemos usar este termo) e nos impulsiona a mudanças de atitude. É no confronto com esta autoanálise, que observamos como estamos conduzindo o nosso modelo de aprendizagem e se temos real consciência de como aprendemos (CASTAÑEDA, 2012); é onde ocorre concretamente a consolidação da aprendizagem sobre o PLE e sua função para o nosso enriquecimento pessoal, acadêmico e, podemos também dizer, profissional.

2. Refletindo a minha experiência online


Uma reflexão inicial nos acometeu, quando da feitura da representação visual do meu PLE elenquei as formas e fontes de acesso à informação, a maneira de produção de conteúdo e as ferramentas utilizadas, bem como o jeito de compartilhamento e a rede pessoal de aprendizagem. Nesta ocasião, pude perceber a necessidade de vincular-me a algumas revistas especializadas, bem como de passar a interagir mais significativamente com as pessoas e grupos dos quais faço parte na rede. A despeito de integrar o Facebook, Linkedin, grupos de WhatsApp e de usar frequentemente Skype em reuniões de trabalho e estudo, além de compartilhamento de documentos no Google Driver, reconheço que me ponho ainda muito reservada: não acesso pessoas diretamente dando ou recebendo informações em rede, salvo nos grupos em que tenho intimidade presencial (grupo de trabalho, amigos e família; o grupo do Mpel é logicamente uma exceção); dos demais acessos em rede, tenho usufruído mais do que tenho compartilhado com os outros – é preciso ser mais generoso (ADELL, 2011).

Reconheço, portanto, ser sensato que eu venha a assumir uma atitude mais ativa na rede, o que me proporcionará usufruir melhor dos ambientes, das ferramentas gratuitas, recursos e fontes de informação e de contatos com conjuntos de pessoas que a web possibilita para o desenvolvimento pessoal e profissional, bem como para o compartilhamento (ADELL, 2011). Esta atitude, certamente, me acarretará mais acesso, agilidade e qualidade nas minhas pesquisas. 
Igualmente, pude avaliar que é necessário selecionar e fazer cadastro junto a algumas fontes seguras no campo de estudo da Educação a Distância e Educação Profissional (revistas, blogs, sites), evitando desperdício de tempo e de distrações na Web e potencializando meu tempo de estudo.


Por fim, fiz reflexões sobre a atitude de humildade a ser exercitada por aqueles que optam por desbravar os imensos oceanos da Web; este exercício me é necessário, cujo desprendimento fará com que mais facilmente acesse pessoas ou grupos que possam contribuir com as minhas demandas, curiosidades ou estudos e, consequentemente, para a superação das dificuldades com as quais se confrontam os não nativos digitais. Conforme já citado na formatação da Wiki Sociedade em rede - um conceito colaborativo (2014) “Esta sociedade em rede coloca o ser humano numa rede colaborativa na qual se cria, se transforma e se acumula sucessivamente informação a uma escala global sem precedentes em constante renovação e mutação”. As mídias sociais contribuem para estudos e trabalhos colaborativos, compartilhamento de conhecimentos e de experiências e, por meio delas, as pessoas se conectam e agrupam pelas mais variadas motivações mesmo a distâncias continentais. Portanto, a organização do jeito pessoal de estudar (PLE) para melhor utilizar os recursos, ferramentas e pessoas disponíveis na Web, não deve ser adiada.

 3. Representação visual do nosso Personal Learning Environment – PLE

             


            A seguir está representado o percurso que costumeiramente utilizo para o desenvolvimento dos meus estudos e para a realização das minhas tarefas acadêmicas.
 



Como pode ser observado na representação acima, a maneira como habitualmente estudo um novo tema leva-me, inicialmente, a buscar o seu conceito e entender em que aquele conhecimento irá contribuir para as dimensões de minha vida pessoal e profissional. Em seguida, procuro compreender quais os objetivos incorporados nessa nova aprendizagem e a partir de quais teóricos devo desenvolvê-la.

O meu primeiro exercício de estudo e pesquisa me remete ao YouTube, pois sinto que permaneço mais atenta quando incorporo recursos que estimulem a audição; normalmente, seleciono 2 ou 3 vídeos sobre o objeto de estudo; após ouvi-los atentamente com muitas pausas para compreensão ou tradução, ponho-me a elaborar um resumo no mínimo de 1 dos vídeos. A partir deste momento, me sinto mais à vontade para proceder às leituras indicadas pelo professor (a) ou a pesquisar e selecionar artigos ou livros físicos ou na Internet. De cada leitura, procuro extrair o que é essencial, em apontamentos no Bloco de Notas digital ou em caderno físico.

Realizadas algumas leituras, inicio a produção do material (tarefa) requerido, consolidando o entendimento sobre o tema em estudo e fazendo referências ao que foi lido. Ao final, releio todo o material para fazer ajustes quanto ao texto, vocabulário, ortografia e gramática e só então compartilho o produto nos canais solicitados.

4. Considerações Finais



A elaboração deste PLE nos proporcionou rica oportunidade de autoavaliação sobre nosso papel de estudante numa sociedade em rede, nos fez tomar consciência da maneira como aprendemos, que há medidas possíveis a serem implementadas para otimizar os esforços de pesquisa, seleção, produção e compartilhamento. Nos fez entender como indispensável a publicização em rede de nossas produções, inclusive, como forma de reciprocidade contribuindo com os outros, indo para além de “beber na fonte” do que foi produzido por outros para o aprimoramento pessoal e profissional das pessoas.
As inovações pedagógicas como o PLE estimulam o desenvolvimento de competências de pesquisa, de seleção de conteúdo, de manejo de ferramentas digitais que capacitam o estudante ou pesquisador a lidar com a infinidade de conteúdo na Internet e bem distinguir entre os diversos níveis de qualidade, o melhor acervo possível.


Referências Bibliográficas

ADELL, Jordi. (2011). Qué es um PLE – Personal Learning Environment, disponível em http://youtu.be/PblWWlQbkUQ . Acessado em 2-05-2015.

Castañeda, Johanna Linda (2012). PLE Entornos Personales de Aprendizaje. Disponível em  https://m.youtube.com/watch?v=MPUlHtYfSzA . Acessado em 2-05-2015.

FERNANDÉZ, Carmen Molina. Mi Entorno Personal de Aprendizaje (PLE). Disponível em http://youtu.be/PblWWlQbkUQ . Acessado em 2-05-2015.

MOTA, José. (2009). “Personal Learning Environments: contributos para uma discussão do conceito. In Educação, Formação &Tecnologia; Vol 2 (2); pp. 5-21, disponível em http://eft.educom.pt . Acessado em 19-04-2015.

RODRIGUES, Pedro de Jesus. MIRANDA, Guilhermina Lobato. (2013). “Ambientes pessoais de aprendizagem: conceções e práticas”. Repositório da Universidade de Lisboa, disponível em https://www.academia.edu/4145406/Ambientes_pessoais_de_aprendizagem_conceçoes_e_praticas_2013_. Acessado em 21-04-2015.

SOCIEDADE EM REDE - uma definição colaborativa. (2014). Em Wiki, Educação e Sociedade em Rede, MPEL2008.